A pandemia de COVID-19, provocada pelo vírus SARS-CoV-2, teve início no final de 2019 em Wuhan, na China, com casos de pneumonia de causa desconhecida. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou-a uma pandemia global. Até agosto de 2025, causou mais de sete milhões de mortes confirmadas, com estimativas totais entre 18 e 33 milhões, tornando-se uma das mais letais da história recente. data.who.int
O impacto foi profundo: os confinamentos afetaram a economia, gerando desemprego e perdas em biliões de euros. Setores como a saúde, a educação e os transportes foram duramente atingidos, com hospitais sobrecarregados e escolas fechadas, o que resultou em atrasos na aprendizagem das crianças. Atualmente, a COVID-19 é endémica, com ondas sazonais menos graves, graças à imunidade de grupo e aos tratamentos existentes. Avanços científicos rápidos trouxeram esperança e lições valiosas para o futuro.
O SARS-CoV-2 é um coronavírus de RNA, semelhante aos que causam a SARS e a MERS, mas mais contagioso. A sua origem é animal, provavelmente em morcegos, passando para humanos através de intermediários. O vírus entra no corpo ligando-se a células dos pulmões, coração e outros órgãos, multiplicando-se rapidamente.
A doença propaga-se principalmente através de gotículas no ar, expelidas ao tossir, espirrar ou falar, e, menos frequentemente, por superfícies contaminadas. Algumas variantes como a Ómicron e as suas descendentes, são mais transmissíveis, mas causam sintomas menos graves em populações com imunidade prévia.
Os sintomas comuns incluem febre, tosse, falta de ar, fadiga e perda de olfato ou paladar. Em casos graves, pode levar a pneumonia, falha respiratória e danos em órgãos. Idosos, indivíduos com doenças crónicas (como diabetes ou hipertensão) ou com imunidade baixa apresentam maior risco. As crianças transmitem o vírus, mas raramente desenvolvem formas graves.
Fig.1: Consequências do contágio pelo SARS-CoV-2
Uma consequência frequente é a "COVID longa", que afeta cerca de 10-20% dos infetados, com sintomas persistentes como cansaço, dificuldades de concentração e problemas cardíacos ou neurológicos, possivelmente devido a inflamação crónica ou danos no sistema nervoso. Na era das variantes Ómicron, a prevalência diminuiu, com incidências reportadas entre 3,5% e 36% dependendo dos estudos e populações.
A pandemia gerou muita desinformação. Estudos científicos confiáveis demonstram que o vírus é real e contagioso, mas a sua transmissão e gravidade variam consideravelmente, mesmo em contextos familiares. Aqui, desmontamos mitos comuns com base em evidências.
Variabilidade na Transmissão e Gravidade em Famílias
Mito: Se o vírus fosse contagioso, todos em casa adoeceriam e ficariam graves ao mesmo tempo; caso contrário, trata-se de um exagero.
Realidade: Nem todos se infetam da mesma forma. Em lares, a probabilidade de contágio (taxa de ataque secundário) é de cerca de 30-40% para variantes recentes como a Ómicron, dependendo de fatores como ventilação, uso de máscaras e tipo de contacto (maior entre casais do que entre outros familiares). Muitos evitam a infeção porque o vírus não se espalha uniformemente – os "superpropagadores" transmitem mais, enquanto os assintomáticos propagam menos. Os sintomáticos libertam mais vírus durante mais tempo.
A gravidade varia conforme a resposta imunitária individual, a dose viral inicial e a genética. Algumas pessoas controlam o vírus sem sintomas (cerca de 30-40% das infeções são assintomáticas), enquanto outras desenvolvem inflamação excessiva, levando a casos graves. Fatores genéticos, como variações genéticas, explicam diferenças, além da idade e comorbidades (obesos ou diabéticos têm maior risco). As crianças apresentam menor probabilidade de gravidade. Assim, numa casa, pode haver casos graves, assintomáticos ou até quem não contraia a doença.
COVID Longa e a Sua Realidade
Mito: A COVID longa é um exagero, histeria ou efeito colateral de outros fatores.
Realidade: Trata-se de uma condição real, com sintomas como fadiga, falta de ar e problemas cognitivos que duram mais de 12 semanas, afetando 10-30% dos infetados. Estudos revelam causas biológicas, como danos em vasos sanguíneos e desregulação imunitária. A prevalência diminuiu com variantes como a Ómicron, graças à imunidade de grupo.
Em suma, os mitos questionam a ciência, mas as evidências destacam a variabilidade natural do vírus e a importância da prevenção e do tratamento precoce.
Com base em diretrizes oficiais e meta-análises recentes de ensaios clínicos randomizados , os tratamentos concentram-se em reduzir a progressão para formas graves, hospitalizações e mortalidade, especialmente em pacientes de alto risco (idosos, imunossuprimidos ou com comorbidades como diabetes ou obesidade). As recomendações priorizam intervenções iniciadas precocemente (dentro de 5-7 dias dos sintomas).
1. Tratamentos para Casos Leves a Moderados (Ambulatoriais, Sem Necessidade de Oxigénio)
Estes visam prevenir hospitalizações em pacientes de alto risco e devem ser iniciados o mais cedo possível:
Notas: Outros, como ivermectina ou hidroxicloroquina, não mostram benefícios significativos. Os sintomas são geridos com analgésicos ou anti-inflamatórios de venda livre.
2. Tratamentos para Casos Graves a Críticos (Hospitalizados, com Hipóxia ou SDRA)
Nestas situações, o foco está no suporte anti-inflamatório e antiviral, com oxigénio ou ventilação.
Notas: Anticoagulação terapêutica (ex.: heparina pode reduzir a mortalidade em pacientes fora dos cuidados intensivos. Para imunossuprimidos, plasma convalescente ou cursos prolongados de antivirais são opções sob autorização de emergência.
Nenhum tratamento é 100% eficaz, devendo-se combinar com isolamento e suporte médico. A eficácia varia por variante (descendentes da Ómicron dominantes em 2025) e comorbidades. Consulte um médico para avaliação individual; esta informação não substitui orientação profissional.
A pandemia destacou a necessidade de sistemas de saúde robustos, cooperação global e comunicação clara. Os avanços sublinharam a importância da investigação colaborativa, mas as desigualdades no acesso a tratamentos revelaram problemas de equidade.
Medidas como máscaras, ventilação e distanciamento provaram ser eficazes. A vigilância contínua de vírus prepara-nos para novas ameaças.
Após seis anos, a COVID-19 ensinou-nos lições sobre ciência, saúde e sociedade. Tratamentos e medidas preventivas salvaram vidas, deixando-nos mais preparados. Consulte fontes confiáveis como a OMS e o CDC, evite desinformação e priorize a prevenção – o conhecimento salva vidas.