Nesta altura do ano é muito comum o regresso dos piolhos! Assim, torna-se importante garantir que está informado sobre como tratar este problema o mais rápido possível e evitar a sua transmissão.
Sabia que os piolhos podem aparecer em qualquer idade, raça ou estrato social e não estão associados a falta de higiene, ao contrário do que se pensa?
Os piolhos são ectoparasitas (parasitas externos), o que significa que dependem do seu hospedeiro para sobreviver. O piolho da cabeça (Tinea capitis) apenas infesta os humanos, não podendo ser transmitido para animais. A transmissão acontece essencialmente por contacto direto de cabeça para cabeça ou por partilha de objetos como gorros, almofadas, escovas, casacos, etc. Ginásios, escolas, piscinas e autocarros são locais mais propícios a esta transmissão.
Havendo a suspeita de piolhos, quer pela presença de comichão ou por outra preocupação, com a ajuda de uma luz forte, deverá pegar em pequenas madeixas de cabelo, passando-lhes um pente fino, e tentando encontrar os piolhos, ou os seus ovos, as chamadas lêndeas.
As lêndeas são pequenas bolas que se agarram firmemente à base dos cabelos e acompanham o seu crescimento, podendo ser encontradas a alguma distância do couro cabeludo, dependendo do tempo de duração da infestação. Já os piolhos não são tão fáceis de avistar, por serem mais escuros, no entanto soltam-se mais facilmente do cabelo.
Caso elas efetivamente estejam presentes, existem vários tipos de tratamentos aos quais pode recorrer. Encontra-os principalmente na forma de champô, creme, spray ou loção.
Estes atuam de diferentes formas: podem ter uma ação química, desencadearem efeitos neurotóxicos no piolho, paralisando-o; ou ter uma ação física, atuando no exterior do piolho por asfixia ou dissolução da camada cerosa do exosqueleto.
No geral, são aplicados no cabelo e couro cabeludo seco, tendo atenção para não negligenciar a zona da nuca e atrás das orelhas. É sempre importante respeitar as instruções de aplicação específicas de cada marca. Lembre-se que a maioria dos tratamentos requer uma segunda aplicação passados 7 a 10 dias.
Para além disso, existem uma panóplia de cuidados que deve ter para evitar a propagação da cadeia de transmissão. Será que sabe quais são? Devemos evitar ao máximo o contato direto entre cabeças, vigiar regularmente o cabelo das crianças e dos restantes membros da família, lavar o vestuário, roupa de cama, cadeirinhas do carro, capas de sofás em água a cerca de 60ºC ou guardar o que não pode ser lavado em sacos fechados durante 2 semanas. Deverá também avisar o mais rápido possível a escola para evitar a contaminação de mais crianças.
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Mariana Dias, Farmacêutica
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